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Sorocaba na luta contra a escravidão

Atualizado: 30 de abr. de 2021

Os escravizados de Sorocaba sempre lutaram pela liberdade. No Natal de 1809, por exemplo, escravos de Itu, Sorocaba, Porto Feliz e Campinas planejavam realizar um levante que foi frustrado devido a denúncias. Em 1811, o diretor da Fábrica de Ferro de São João do Ypanema manifestava o seu receio de um possível levante de escravizados. Em 1854, liderados por Pai Gavião, os escravizados de Sorocaba, São Roque, Itu, Una e Campo Largo (atual Araçoiaba da Serra), organizados por uma sociedade secreta chamada de “Grande Ordem”, projetaram uma insurreição que foi malograda pela prisão de José Cambinda (o Pai Gavião).


Diário de Sorocaba, 18 set 1885, p. 4
Diário de Sorocaba, 22 fev 1882, p. 4

Mas os escravizados não lutaram pela liberdade somente por meio da insurreição. Grande foi o número de escravizados fugitivos, alguns formando pequenos quilombos no entorno e na região de Sorocaba.



As fugas se intensificaram em alguns momentos da nossa História, como na época da Guerra do Paraguai, quando havia menos vigilância dentro do país, tendo em vista que soldados e policiais foram enviados ao front do conflito.


O movimento abolicionista sorocabano, que contou com a participação de maçons e intelectuais, também merece destaque na luta contra a escravidão. Em 1869, a Loja Maçônica Perseverança III inicia a sua campanha de manumissão (compra de liberdade) de escravizados da cidade. Por outro lado, artistas de teatro denunciam as agruras da escravidão por meio da produção de textos e encenação de peças teatrais como “Os Martyres da Escravidão”, de Vicente Eufrazio da Costa Abreu e “O Soldado Brasileiro”, de Cândido Barata e Ubaldino do Amaral, e “Pupillos do Escravo”, de Costa Lima.



​Diário de Sorocaba, 24 de janeiro de 1888, p. 4
Acervo: Museu Histórico Sorocabano

Os artistas de teatro ainda participaram da campanha abolicionista arrecadando fundos com seus espetáculos para a libertação de escravizados.


O movimento abolicionista de São Paulo também atuou em Sorocaba. Essa organização, mais radical que o movimento abolicionista local liderado pela maçonaria, realizava ações de libertação das senzalas e encaminhamento de fugitivos para o Quilombo do Jabaquara, em Santos. Chamados de “Caifazes”, esses abolicionistas armados de cacetes, navalhas e garruchas impediram que capitães do mato e policiais impedissem o embarque de escravizados fugidos no trem da estação da Sorocabana em dezembro de 1887.



Carlos Carvalho Cavalheiro

06.04.2021


Capa do livro de Atas do Club Emancipador de Sorocaba. Acervo: Gabinete de Leitura Sorocabano
​Folha de rosto do livro de Atas do Club Emancipador de Sorocaba. Acervo: Gabinete de Leitura Sorocabano

Registro de alforria patrocinada pelo Club Emancipador de Sorocaba. Acervo: Gabinete de Leitura Sorocabano



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